Segunda
Hoje foi mais uma segunda feira. Segunda é como se abrisse os olhos depois de um descanso que é o domingo. É o segundo dia da semana, me disseram. Sempre tive a sensação de que era o primeiro. O primeiro dia de abrir os olhos, de levar as mãos à cabeça, de vestir a roupa da identidade pública e assumir as funções do trabalho. Eu no entanto, só queria ser eu. O primeiro dia útil. Havia épocas que a segunda feira era tão inútil quanto o domingo.
Hoje foi a segunda da separação, mas do abraçar-se a si mesmo. Da consciência de estar sozinho no meio de muita gente , mas grudado consigo mesmo. Foi o dia do dentro, ao invés do fora. Essa segunda foi a segunda da linha construtivista. Da arrumação e das investigações das vigas mestras que sustentam os nossos movimentos diante dos outros, da formação dos planos nos espaços e de como que as estruturas de comportam uma por cima das outras, uma ao lado das outras...
Hoje foi a segunda feira construtivista.