Sou Assim

A blasfêmia de todos os dias

É a interlocutora da morte

De nós, cientes e extremos, capinamos os corações

Fincando os novelos

Seguem em seus aterros

De preguiça, de homenagem e de esquiva.

Meus copos a acariciar-me

Interrogam-me e me poetizam, ufanam

Ó ufanismos!

Sou eu aqui sozinho a persistir em nós

Em vozes apáticas, homeopáticas

Nossos enlevos ascendem o certo ego

E cego se ajusta num mundo de finezas

Eu e o injusto a polir as neves

O meu gosto é o teu recheio

Um chocolate, um devaneio

Penso e esquivo,

Como montes de estrume a estender dos montes

E a eternizar nos gelos

Galerias e pêlos.

Eu hei de perpetuar um tomo

Sequer um pouco deste meu certo jeito.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/06/2006
Código do texto: T185355
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