POR TRÁS DA BELEZA

Por trás da beleza, o ataque da idade

Arfa nau em território inerte.

Por trás da beleza, a espátula

A cavoucar lisura branda na tez imberbe.

Por trás da beleza, a leveza d’alma

Da dor das crianças descalças a marotear, ingênuas

Há o ócio plangente, cedo por dolente ser seu.

Por trás da beleza há o ódio do desmascarado

Com a face leda dum ter, a ampliar o pôr do sol

Apesar de toda a destreza.

Sabe lá, o que o pascigo consumido pensa?

Compreende a lisura dos versos, mas não os aporta

Por detrás duma certa esperteza, a ligeireza rasteira, típica dos poetas.

Por trás da fobia, há a beleza encarquilhada

Da que ascende ao ego e emoldura sua aquarela.

Por trás de toda a certeza, há uma feiúra desmesurada

Amplidão, desespero, desconsolo e desapego...

Quase nada!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 08/10/2009
Código do texto: T1855303
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