ENTREGUE-SE AO VEZO DE AMAR

Através da solicitude embrenhada

Lírica e desmesurada paixão

Ouve os conveses lodosos e os usurpa.

Maldita força!

Rompe a placenta ignota

Janta-a ferozmente – mulheres de prata.

Por vezes, o mar se abriu

Por meses, esse tal de Abril

A bisbilhotar, a lançar sorrisos.

Indóceis e ágeis atos pélvicos

Sangrenta e peristáltica glote

Em torno de si, no broto plangente.

Sempre salvo pelo amor

A fidalguia pleonástica e absoluta

Intencionando arquitetar aos cantos

A casa verde que jamais florescerá.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 16/10/2009
Código do texto: T1869886
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