ESCREVER
Escrever é assim como quem se levanta e necessita escovar os dentes, é forma constante de retratar emoções, de cantar as paixões, de entregar sentimentos, de roubar algum tempo do ser amado.
Escrever é assim como quem olha para o sol e deseja avidamente a lua, porque ela é cheia de mistérios. Encantadoramente sensual, em sua brancura perdida lá no céu. Intocável e apreciável. É como quem observa a chuva e venera o sol, mas abre a boca para beber os pingos velozes caindo do céu, sob um vestido transparente e os cabelos longos, esvoaçantes e rebeldes.
Escrever para mim é assim como quem ouve uma canção romântica e logo se põe a sonhar com cada detalhe da viagem iniciada. É assim como quem quer dizer mas, não sabe, e nem deseja ser objetivo num determinado momento; então, põe-se a montar palavras, versos, estrofes, poemas, contos, crônicas, quem sabe livros!
Escrever para mim é poder encantar-se com a mais nova paixão e entregar-se a ela como quem sela uma carta urgente no correio. E, ainda assim, manter-se em liberdade e oferecê-la também ao ser amado. É ainda desejar o corpo e dissecar a alma sem dominar a vida do outro. Utopia... Será?
É beijar a boca com a língua molhada de desejo e os olhos enormes de saudades. É fazer do agora o melhor momento, o o único, porquê assim será o maior! É viver a vida como se a única verdade fosse a própria vida!
É ressurgir da dor, como se ela fosse a maior mestra do mundo, e, portanto, não sabê-la, mas, reconhecê-la apenas no momento da reconstrução...
É mover-se com a agilidade dos que sabem voar e saber-se letárgico como os que ousam sonhar...
Luiza de Marillac Bessa Luna Michel
Publicado no livro Mutação, em 1995
Parabéns a todos os poetas brilhantes deste RL.
Escrever é assim como quem se levanta e necessita escovar os dentes, é forma constante de retratar emoções, de cantar as paixões, de entregar sentimentos, de roubar algum tempo do ser amado.
Escrever é assim como quem olha para o sol e deseja avidamente a lua, porque ela é cheia de mistérios. Encantadoramente sensual, em sua brancura perdida lá no céu. Intocável e apreciável. É como quem observa a chuva e venera o sol, mas abre a boca para beber os pingos velozes caindo do céu, sob um vestido transparente e os cabelos longos, esvoaçantes e rebeldes.
Escrever para mim é assim como quem ouve uma canção romântica e logo se põe a sonhar com cada detalhe da viagem iniciada. É assim como quem quer dizer mas, não sabe, e nem deseja ser objetivo num determinado momento; então, põe-se a montar palavras, versos, estrofes, poemas, contos, crônicas, quem sabe livros!
Escrever para mim é poder encantar-se com a mais nova paixão e entregar-se a ela como quem sela uma carta urgente no correio. E, ainda assim, manter-se em liberdade e oferecê-la também ao ser amado. É ainda desejar o corpo e dissecar a alma sem dominar a vida do outro. Utopia... Será?
É beijar a boca com a língua molhada de desejo e os olhos enormes de saudades. É fazer do agora o melhor momento, o o único, porquê assim será o maior! É viver a vida como se a única verdade fosse a própria vida!
É ressurgir da dor, como se ela fosse a maior mestra do mundo, e, portanto, não sabê-la, mas, reconhecê-la apenas no momento da reconstrução...
É mover-se com a agilidade dos que sabem voar e saber-se letárgico como os que ousam sonhar...
Luiza de Marillac Bessa Luna Michel
Publicado no livro Mutação, em 1995
Parabéns a todos os poetas brilhantes deste RL.