Tudo novo

Um mal necessário, uma duvida, uma dádiva

Verdades escritas em papel de pão

Mistérios propondo um recomeço

Uma dor que não cessa, e não mata

Saudade palavra difícil de entender

Do que não se teve, do que se teve em excesso

E cicatriza sangrando dentro do peito

A dor desejada, a garganta seca, uma lágrima

A voz que antes motivava, agora indiferente

Desprezo e mágoa, incompreensão

Não por se expor, ou se esconder na hora errada

Mas por se obrigar a viver tudo de uma só vez

Uma lascívia infundada, o bem não querer

Assim correm essas aguas, por debaixo de pontes submersas

E exatamente dessa maneira vejo o sol se por

Como se tivesse audição virginal, ouço o pássaro cantar

Andando sozinha por ruas estreitas

A vida não brinca e não sabe o que faz

E o tempo como quem não quer nada apaga

Primeiro o cheiro, depois o toque e um dia a imagem

Cheia de mim sigo, nessa estrada que me esvai de tudo isso

Não sei se chegarei ao fim dessa estrada

Mas quero as minhas conquistas, as minhas vitórias

E por mais que doa, vou assim caminhando em passos lentos