SEM MEDO DE SENTIR

Sentir...

Tudo ter em mim

Fechar os olhos e apaziguar...

A alma; fechada

Com notas frutadas, vinícola

Sorvendo a digna essência.

Sentir...

Fazer-me ópio e alegria

Convés de afagos desmesurados...

Encantados

Com rugas e beijos na calçada

Sentimento, sem ti mesmo.

Sentir-se...

Sufocar de tanto tinir, pelar

Tomar a sequência aos goles e suplantar

Ser mais eu em tudo de mim

Espantar-se com o áptero amor...

Desalojar, exasperar-se... evoluir.

Sentir...

O prélio almeja a estrela

Mais leda; paz e atrás de mim

Sufoco com quente nó na glote

Infinito...

Trinar e escutar a música, o dó.

Sentir...

Tão perto e tão cicuta!

A me raspar os flancos, revelar

O apelo e o gesto único de amar

O mar, a ave, a Maria, os olhares...

Insanos, perplexos.

Sentir...

Haja todo e inescrutável amor em minhas vísceras

São tantas mais!

Calabouço cantante de vida inglória

Memória, alecrim, extrato do legítimo néctar...

Exuberante amor a frigir os olhos da vida.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 26/10/2009
Código do texto: T1887705
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