Quero Ser CRIS

Penso no que sou, o que quero, o que fiz. As sinapses de meu cérebro se misturam às interrogações que percorrem meu sangue. Procuro entender, mas sozinha não consigo. Receio estar me enganando, apresentando as cartas que me pedem e não as que estão em minhas mãos. Ando blefando demais, só não sei até quando terei as cartas certas ou conseguirei lançar meu olhar de segurança aos que estão ao meu redor.

Segurança... grande farsa que inventei para mim. Não sei se sou a vítima ou o algoz. Se vítima for, como me engano achando que não sou! Pensando que posso tudo, me enrosco cada vez mais na minha teia tão mal tecida.

Se algoz, ando espalhando meu veneno a todo instante. Que direito tenho eu de usar minha peçonha nas presas que mal esperam meu ataque? Uso estratégias, preparo as armadilhas, conheço o ambiente. Será?

Não sei se sou o perigo ou se o perigo que ronda perto de mim. Não sei se devo me defender ou se devo atacar. Em que momento de minha vida escolhi o caminho errado?

Olho ao meu redor e vejo muitos rostos. Quem deles já prejudiquei? Por quem fui prejudicada? Quem são meus sinceros amigos? Quem quer o meu bem? Quem me inveja? (Não me invejem!)

As paredes me comprimem cada vez mais e eu tento respirar o ar mais puro que puder. Não quero ser Medusa, como também não quero ser Dânae. Quero ser CRIS, em todo o meu esplendor!

Cris Marco
Enviado por Cris Marco em 08/07/2006
Reeditado em 11/10/2011
Código do texto: T189862
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