Bostejando

É bostejando (ou bosteando), que te direi quem não sou, como jamais me senti, o que sei de amor e relações. Quer saber?

Sou a magnésia,

O resíduo silicoso da fusão metálica,

A mascada e excretada relva do alazão bandido,

O sujeito passivo do ilícito penal,

A vítima em que me titularas,

Tudo e a escória...

Ou o prostrado em que me tornei, transitoriamente!

É sempre no "blá-blá-blá" que dizemos as verdades e como gostaríamos que elas nos facilitassem a vida. Bem assim é que simulamos as maneiras, nos damos ares de reais e escusamo-nos da seringa, de modo a não admitirmos as resvaladas.

Logo, tanto não deve afetar-me o que "fiz-não-fiz", tampouco o que "quis-não-quis". No entanto, é bom lembrar o que realmente dá causa às relações:

O desejo do amor,

A obrigatoriedade do amor,

A sua presença e a sua ausência,

As suas muitas verdades e mentiras,

A sua multiformidade,

A deformação do amor...

E o amor como a única esperança de sobrevivência!

Então, o que faremos: repulsar ou repulular?

A opção é toda nossa, porém, se seguirmos indiferentes e avaliando tudo do mesmo modo, aí é que tudo vira bosta mesmo!

Eustáquio Leite
Enviado por Eustáquio Leite em 01/11/2009
Reeditado em 12/12/2019
Código do texto: T1899332
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