AGORA

Nas noites que sonho minhas vontades,
Que largo as dores do ressentimento,
Nas noites frias que me achego as lembranças,
Dormem quietas essas saudades pequenas.

Durante a madrugada em que vejo seus olhos,
Nela, onde a luz se esconde desamparada,
Eu sinto um beijo que nunca foi dado,
Um presente não recebido do teu amor.

Versar seu nome é como brincar na areia,
Olho-me menino dançando uma valsa vienense.
Entre pensamentos perdidos o som de sua voz,
acompanhado de um leve sorriso de amizade.

 
Olhar-te amiga é tão caro quanto desejar-te amante,
ambas as estradas seguidas em sentidos opostos.
Olho o futuro e imagino a dor da minha escolha,
pois que sonhei o impossível da realidade de agora.