UM PRESENTE: MEU PERDÃO!

Por um ano, "ruminei" uma dúvida, uma raiva ressentida por ter sido preterida sem qualquer explicação. Não entendi como o amor escorre pela Vida, como água que vai pelo ralo, sem que possamos contê-la, represá-la.

Por um ano, a ferida sangrou -- mas o tempo a cicatrizou. (Ah Cronos, meu querido e velho amigo!)

Há pouco tempo, porém, levei um safanão com um e-mail inesperado... E aquele sentimento que estava escondido no baú das lembranças proibidas veio à tona... (Não se foge para sempre das emoções doloridas!)

Agora, com a sapiência do tempo, as leituras de Cecília Meireles e Mário Quintana, consigo até poetizar tamanha dor!

E mais: consigo escrever sobre nós. A.C. é por isto que agora eu te perdoo, eu te liberto, eu te abençoo. Nesta curta convergência de nossas divergências, fique o meu perdão a ti por não entenderes, nem quereres meu "real" amor... Perdão por me abandonares sem quaisquer explicações, sem adeus -- até na morte do Amor, é preciso ritual de despedida!

E tem mais: eu me perdoo por não saber lidar com essa dor -- eu me perdoo por não ser perfeita -- eu me perdoo por ser humana, apenas uma mulher..

No dia do seu aniversário fique gravado no silêncio da minha ausência apenas a presença de um perdão definitivo, de uma cremação dessa dor; dessa dor que agora se espalha na montanha da vida que continua...

Sigamos, então, por caminhos paralelos "ad eternum".

Amém!

novembro/2009

Edméa Garcia Neiva
Enviado por Edméa Garcia Neiva em 06/11/2009
Código do texto: T1908401
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