Meu quarto...

Volto ao quarto, e nada é estranho, aparente

Meus sapatos, em suas respectivas caixas,

Dissipam o desatino, dos teus

Que sempre ao chão andavam,

Na penteadeira, tudo normal e sem excessos...

(outrora somente anormalidade)

Um perfume do esquecimento ao canto,

Uma loção de desgosto caída,

Aberta e ressequida n’outro,

Não há beijos no espelho, tão pouco

Pó compacto por sobre as moedas,

Tudo é sombrio e assustadoramente

Correto, quieto e empalidecido.

Ao criado em prantos, outrora mudo

Somente o bilhete que deixaste,

O poema que pintaste. As letras que juntas

Formam em desatino o teu adeus.

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 10/11/2009
Reeditado em 10/11/2009
Código do texto: T1915466