A ansiedade de um momento.

O tempo não passa. O relógio parece andar mais devagar. Um minuto é uma hora e o momento de te ver parece ficar longe. Estou pronta, desde as 7h00 estou pronta. Ontem fiz escova nos cabelos, depilei as pernas, fiz limpeza de pele e esfoliação nos pés. Não vejo a hora. Aliás vejo e ela não passa. Ansiedade. Medo. Insegurança. Burrice, afinal ele vai, não tem porque não ir. Sonho com o momento de vê-lo. Penso no instante do "oi". Cada olhar. Quais serão os assuntos? Como falar? O que beber? O que pedir? Parece que é a primeira vez, mas não. Já te conheço há dois anos e as borboletas insistem em bater suas asas dentro de mim, remexendo meu estômago. Me tirando o fôlego. Espero. Não passa. Nada pra fazer. Preciso ver. Não sei porque quis tanto sair com ele. Agora me pergunto: "to voltando a trás?". Esqueci tudo que aconteceu. Apaguei. Meu coração dispara. Ele ao telefone. Vamos combinar ... Cinco minutos de conversa. Rápido, e esse foi o único momento rápido do meu dia. Sua voz dizendo "até mais tarde". Sonho. Viajo pelos meus pensamentos e desejos. Meus desejos, seus desejos, querendo que sejam nossos desejos. Ansiosa. Preciso de terapia! Meditação, filosofia oriental, paciência, equilíbrio. Mas que se foda tudo isso. Quero ver. Tocar. Sentir. Beijar. Abraçar. Rir e me envergonhar. Como sempre, melhor que sempre diferente de sempre. Não sei. O tempo não passa. O momento será breve. Fulgás. Não sei o que vai acontecer. Penso, me questiono, reclamo comigo mesma. Tudo isso, mais erros, pausas, pensamentos, e o relógio não marca mais do que 20 minutos de escrita. Vontade. Ansiedade. Desejo e raiva de mim mesma por tudo isso. Não podia fazer dele o dono dos meus momentos, nunca, nem por hoje. Mas agora já foi. Estou nas suas mãos. Roupa bonita. Maquiagem na bolsa. Perfume. Cabelo arrumado. Salto alto e bico fino. Estou pronta. Mas o único que ainda me deixa na mão é o tempo, que insiste em não passar.