Eu coexisto

Coexisto na alegria e na tristeza.

E no excesso, coexisto na busca e na desistência.

É pouco o tempo que utilizo para parar de pensar.

Se for relativo o finito, se é imaginário o infinito,

por que não ser possível a metamorfose no risco?

Busquei flores em pedras e rasguei poemas inteiros

mas afirmo que no meu jardim há primavera o ano inteiro.

Sou assim: metade arte, metade imperfeição.

A me ver refletida no espelho

a amostra primeira tem cor de alma

as outras, lampejos de florescimento.

Faço, refaço e me transmuto

porque sou a filha do vento.

Muitas vezes forte outras vezes frágil

luto contra o esquecimento.