COTIDIANO

COTIDIANO

E na televisão o noticiário prossegue

Roubaram dinheiro, vidas, cheques

Vou ouvindo e me sentindo nua

A fantasia se desintegrando

O pânico aumentando

Me deixando a vontade de fugir da rua.

E fujo.

Pra dentro de mim mesma.

Mas dou de cara com a palhaça

Que além de pagar ingressos "impostos"

Ainda dá a cara a tapa

Naquela urna de votos.

O circo é mesmo grande

Já não se mede o seu tamanho

Lá dentro da lona, gravatas e echarpes

Cá fora, vergonha, dor e embates

Por uma vida apenas digna

Mas quem consegue? - me diga!

A depravação prossegue

A fornicação prevalece

Cada dia um rosto novo

Agora foi o do Arruda

Deus nos acuda!!!

Só o cenário nunca muda

Continua sendo Brasília

Que esquarteja todo dia

O coitado do nosso povo!

06/12/2009

Isabel Damasceno
Enviado por Isabel Damasceno em 06/12/2009
Reeditado em 15/08/2022
Código do texto: T1964065
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