A espera

Estou mudando, me tornando sensível.

Pelo menos à sua voz.

Que me estremece quando fala.

Que me comove quando chora.

Que me leva ao desespero, e não me deixa dormir quando sussurra ao telefone quase sem forças.

E minha insanidade aflora.

E os segundo são eternos a te esperar.

E ser leigo a situação é o que incomoda.

E já não há mais unhas a roer;

E estou calvo por minhas próprias mãos.

E meu ego não admite estar sendo controlado por uma voz ao telefone.

Sinto-me desfalecer por não poder agir...

Nem minha respiração consego manter.

Os ruídos me perturbam;

Os carros me incomodam.

Cada pessoa a virar a esquia é um disparo frenético nas batidas do meu coração.

Não há quem queira minha posição.

A tempestade dentro de mim é um universo em fúria.

Ah! Como a infância era boa...

Sinto-me dentro de um baú.

E estou sendo oprimido, espetado à espada, acorrentado...

E um dia desaparecei daqui de dentro!

Edson Duarte
Enviado por Edson Duarte em 17/12/2009
Código do texto: T1982609
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