As Imagens Próximas

Ainda do outro lado dos vidros, a velocidade certa, acerta o ritmo desejado das luzes que passam. Flui a realidade como as árvores que crescessem por dentro das veias. E qualquer descrição é a descrição que se inicia mais dentro do olhar - inventar a chuva remanescente da noite: aqui, em frente às letras da solidão.

Deixas o teu nome deslizar sobre a paisagem do mar, essas aves acesas entre cenários diferentes que se unem na sintonia dos lábios. Sentir que o sonho é um anel, podemos dizer os sentidos que correm desde os ombros até aos dedos unidos na tal noite - fotografada da consciência de nós.

Ainda: do outro lado dos vidros, qualquer lugar é possível nos labirintos da memória: a penumbra cerzindo os intervalos da luz – o corpo mais próximo às imagens que habitam o interior dos olhos.