ROSA?

ROSA?

Mandei uma rosa para uma amiga que não vejo há muito tempo.

Mais tarde ela apareceu em minha casa. Estava velha e enrugada, suas pétalas vermelhas estavam se desbotando.

A Rosa já não era mais a que conheci em tempos passados.

Que eu comprei para dar de presente.

A Rosa envelheceu.

Disse que com o tempo tudo acaba.

Nem tudo.

Depois de conversarmos, ela contou que ruim era sua vida, cheia de espinhos.

Por isso ninguém a queria como esposa.

As irmãs a deixaram sozinha com seu pai.

Não tinha mãe, sua querida roseira morrera e ela teve que ficar num vaso.

Vivia com os pés molhados por causa do pai, que se enchia de água.

A verdade é que, se ela saísse de dentro dele, morreria.

Até que um dia chegou alguém e a comprou dizendo que era para presente.

Alegrou-se pois daquele momento em diante viveria em outro lugar, respiraria outro ar.

Vida nov, embora ela já estivesse velha.

Então eu estava na sala, também com os pés molhados, quando ela chegou com um sorriso.

Eu a reconheci: Rosa fora minha vizinha de jardim.

Brincávamos muito.

Depois ela foi roubada e eu vendida.

Com a mudança de clima, ela começou a passar mal.

Rosa morreu, rosa murchou.

E eu fiquei só...

Kátia Susana Perujo.

Susy
Enviado por Susy em 21/07/2006
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