Um panetone sobre a mesa (Prosa de Ano Novo)

Nem é Natal, mas eu ganhei um panetone de Ano Novo.

O amor veio e desejou comer o pão que não era servido a mesa.

E penso que é a realização do seu desejo, eu ter recebido esse presente de outra pessoa.

E afinal, ele não experimentará desse saboroso presente que me pertence, porque foi embora.

E assim segue a vida, que nem sempre oferece a todos, as mesmas possibilidades.

Desejar e ser desejado, amar e ser amado, querer e ser atendido.

Penso que com essa reflexão poderosa, vou dar entrada ao próximo ano.

O ano de 2010 no entanto ainda não chegou. E tudo sempre muda.

Como é sublime saber que a vida atrás de cada novo dia, oferece uma nova possibilidade.

Vive-la é a escolha.

Eu escolho a vida e a possibilidade de seguir em frente.

As decepções, o amor que não vingou, as realizações, as obras e projetos inacabados, tudo segue adiante comigo em 2010.

O que não era para ser e o que nunca foi, o que vai ser e já está a caminho.

Enquanto escrevo, um bem-te-vi veio cantarolar na minha janela e desejei não saber que vai chover. Mas afinal, porque ele é tão insistente?

Aprendo também que nem sempre o que dizemos ao outro é realmente a verdade dos nossos sentimentos mais profundos.

A difícil arte de nos conhecermos e sabermos mais sobre nós mesmos, é uma manufatura complicada.

E que tem que ser lapidada.

Eu desejo que todos desatem seus nós e lapidem suas pedras mais preciosas.

E caprichem nas escolhas.

O trabalho pode ser árduo ou cheio de desafios.

Desejo que o ano novo venha fácil, tranqüilo e possível.

Com muito amor, paz, realizações e construções.

E projetos de conscientização de vida.

Ser e ter como unidade.

Amar com respeito e carinho ao ser humano.

Ano do tigre metal?

GGGGRSRSRR

Mostrem suas garras!

Desejo a todos

Um Feliz 2010!