Dileto amigo

Pelo afago oportuno quando pouco restava,

pelo abraço apertado no momento em que alento faltava,

pelo contentamento descontente só pra me acompanhar,

pelo sorriso sincero quando o momento era de lágrima,

pelo presente inconstante que às vezes era o único,

pela visita ao leito onde poucos iam,

pela cumplicidade na intempérie moral,

pelo empurrão na inércia absoluta,

pelo puxão na ocasião da voracidade,

pela presença incerta no auge da penumbra,

pelo não, questionável e depois compreendido,

pela ebriedade inconsequente pelo caminho,

pela cumplicidade no volúvel e intempestivo,

pelo tom de voz alterado forçando a reflexão,

pelo saudosismo indecoroso mas real,

pela felicidade dividida no término da etapa,

pelo tapa na cara na leviandade transitória...

pela ausência cordial quando a solidão era a solução.

Reconhecido.