À TUA ROSA

Que lhe caia na tarde varonil, o estopim desprezado pela aurora

Que lhe extinga de vez a nódoa, com o selim depredado da hora

Que lhe saia às filhas da beleza, da importância sublime de ser

Que lhe poupe as vaias nesta praia entre o céu e o ego

Donde brotam rumores do “eu” intenso e fulgurante.

Que lhe soprem a bonança pelos dias a fio

Que lhe tentem, de mansinho, como a luz e as andorinhas que me tendem a zero

Que lhe subam às telhas, mas não as avarie... são meigas essas forças magnas da tela...

Que lhe açoitem sempre, pois os calos hão de lhe acordar mais cedo.

Que dêem o que perquires

Que seja breve e seja com o seu estilo

Que te levem as fórmulas, o jaleco e o pó

E lhe tragam, de forma silente, a explosão multicolorida da representação

Que lhe apresentem o palco, a outra tela e os caminhos a se debruçar pela tua janela.

Deste modo e de todos outros, tragam-na a luz

Levem-na, depressa, à amplidão da ópera, à estruturação do canto

E um dia, dirás, com satisfação:

Feliz a rosa que exibe meus cabelos

Feliz a gauchinha cuja capital do Estado, tem “alegre” até no nome.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 14/01/2010
Reeditado em 16/01/2010
Código do texto: T2029520
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