MISTÉRIOS DA ALMA

Peregrina, porque caminhos percorreu de um começo inimaginável e pelo infinito vai. Abrir os olhos da matéria incontáveis vezes. Fechá-los outras tantas, descortinando a visão espiritual.

Sedenta, porque tem ânsia de evoluir e acolhe o corpo para avançar na senda da Luz. Voraz, se prende muitas vezes aos tesouros inúteis. Cruel até, quando o egoísmo a toma por inteiro.

Arrependida quer retornar. E na volta à matéria, o esquecimento do que foi lhe propicia o amor dos desafetos. Encontros e desencontros. Amor e ódio. Ofensa e perdão.

Assim segue a alma nesse constante ir e vir. Num crescendo, porque não retrocede. Antes, estaciona. E sem o véu do esquecimento, vislumbra a vergonha em sua nudez. A nudez da alma é o espelho que reflete seus atos. E as faces desses atos nem sempre abonam sua conduta. Por isso volta. E nesse vai e vem, cresce.

A evolução de nossa alma é a razão do nosso viver. E de onde paramos, recomeçamos. Até que ponto iremos é um mistério.

Não temos marcas aparentes quando matéria. Mas, os sinais da alma estão latentes. E nas ocasiões propícias se manifestam. Em nossas atitudes perante os fatos da vida, descobrimos o ponto de evolução em que estamos. A estação onde paramos. Aquilo em que sempre tropeçamos. O que devemos aperfeiçoar em nós. Porque nossos defeitos e qualidades são a marca verdadeira do nosso ser.

Podemos cair por eons de tempo. Sempre teremos nova chance. E, um dia, nossa alma, qual ser alado, se erguerá às alturas em busca de paz e Luz. Lá no infinito, onde brilham as estrelas, encontraremos nosso Paraíso perdido. Levará tempo, talvez. Mas é o destino das almas retornar ao Criador.

É utopia o que escrevo? É loucura de uma mente criativa? Talvez. Não sei. Ninguém sabe. Eu apenas creio que assim é.

Giustina
Enviado por Giustina em 21/01/2010
Reeditado em 14/05/2015
Código do texto: T2043434
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