Vida de índio

Um vento forte dobra a árvore,

Despenteando-a sem dó,

Meu penacho está preso,

bem apertado o nó...

A chuva vem chegando rápido,

vejo o rubro céu

chorando no horizonte,

pende o denso véu.

Rega o mundo, Tupã!

Chora o céu, a colheita vem...

Minha flecha é certeira,

alimento, sempre tem.

Vejo a aldeia lá embaixo,

dançando está o Pajé,

rodeando o timbó

feliz de pé em pé.

Levo a caça do dia,

o canto guerreiro no ar,

canta o vento bem alto,

e mais alto vou cantar...

Quando chego na aldeia,

chuva vem me acompanhar,

lá no rio tem o tronco,

por onde devo passar.

Mãe Yara me acena,

peixes pulam sem parar,

agradeço em oferenda

a Vida há de durar...

Assim era minha terra,

nossa terra de alegria,

antes do homem pálido chegar

"a Vida nos sorria".

Mando Mago Poeta 19:11 8/2/2010

Mando Mago Poeta
Enviado por Mando Mago Poeta em 08/02/2010
Código do texto: T2076693
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.