Caleidoscópio

Quando lembro das clássicas lições de amor, vêm-me à mente as histórias de Desdemona e Othello, Ana Bolena e Henrique VIII, Julieta e Romeu, Tosca e Cavaradossi, Violeta e Alfredo e tantos outros personagens reais ou de ficção. Também recordo a jovem menor de idade, do Rio de Janeiro, que se apaixonou pelo professor de violino; foi internada pela família para fazer tratamento psiquiátrico, no final de década de cinqüenta, e que terminou em pacto suicida, numa visita furtiva do amado mestre à clínica. Também, relembro o romance Les Liaisons Dangereuses, de Pierre de Laclos, em que o Visconde de Valmont seduz Madame de Tourvel; ambos morrem por amor. No filme de 1988, Madame e Visconde foram representados por Michelle Pfeiffer e John Malkovich, respectivamente, criando um grande número de “viúvos” da notável atriz. Fiz um texto alusivo ao amor de conseqüências, a que dei o nome de CALEIDOSCÓPIO. Um de meus brinquedos infantis prediletos e criado por David Brewster, em 1816, um inglês que virou “Sir”. Quem não conhece, procure conhecer. Assim como o amor, trata-se de uma ilusão multifacetada. No momento em que escrevo o preâmbulo, escuto a faixa 18 do CD de Haendel: Lascia Ch’io Pianga da ópera Rinaldo.

Caleidoscópio

O grande amor é sempre trágico!

Visto pelo caleidoscópio de um mágico,

É o que se mata e que se vende;

Muito pior que o ópio, o que transcende

A um final feliz, um happy end!