Onde o Mar

A neblina caindo sobre uma cidade ao sul do norte, talvez Waterford. Um lugar possível e a memória do futuro seria escrever esse lugar ao partir com as tuas palavras. Como se fosse um aceno, um aceno do mar, a voz do mar ao declinar o poente. E os cafés ficavam na marginal e ninguém. Ninguém olhava o mar, só o mar e eu. Escrevi mil vezes esse destino líquido por dentro do crepúsculo. A mesma monossílaba. Sobre um tampo de mármore, folhas brancas tingindo-se de azul. Aí começou a história, aproximava-se a noite pela luz dobrada de uma esquina que ficou por conhecer. Agora aqui, aqui completo essa história, os dois como a sombra de um lugar possível. As personagens ao fundo do mar, o vento pelas hélices da atmosfera. Observo, observa até onde.