Do vento que levanta as folhas do chão e faz cair as das árvores, peço-lhe que me leve, mesmo que temporariamente, no sentindo que meu coração aponta. Histórias não vividas ficam marcadas como fortes cicatrizes. Incomodam eternamente, entre lembranças que atormentam e o lamento do que poderia ter sido. Desejo de estar onde deveria ter permanecido e viver com o coração desperto às emoções que a vida me ofereça. Ando tão distante do meu corpo, que não há outra aspiração, senão o sono que me desprende do peso que conduzo. Porque deveria, fiz o que não queria. Porque desejavam, esqueci o que pretendia. Porque precisavam, ninguém percebeu o que na alma havia. Peço ao vento que me conduza aos sonhos, que me permita o despertar, o novo. E que não tarde! Faço-me cansada! Há simplicidade em meu desejo... Sempre houve... Faltou-me apenas quem de mim cuidasse. E nem sei se posso reclamar o abandono, sempre me fiz forte para merecer afeto. Sei que me percebem, como uma muralha... Nem frágil, nem doente, nada posso ser. Quanto, na verdade, alma delicada, há um grande medo de enrijecer.