Quem sabe...

Quem sabe amanhã há-de tocar, quem sabe

Hoje após a estuga de esperar, os dedos adormecem,

A inquietação cessa, o silêncio do quarto adentra a alma

E o corpo ausente de si já se queda num repousar.

São tantas falas telefone, tantas vozes ecoam nas linhas,

Mas não alcança o pouso, nada me alcança, nada oiço.

Quem sabe amanhã, há-de se aquietar os poemas,

As lágrimas, ora, tantas, hão-de ter um poço

E não espero eu que se abra a porta,

Tão pouco que se bagunce a cama, não carece,

Espera a alma somente que fales, inda que ao telefone,

E caso oiça a alma, decerto saberá o teu nome,

E descansará, inda que tudo esteja intacto...

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 21/03/2010
Reeditado em 22/03/2010
Código do texto: T2151347