MORRER DE AMOR
Odiosas nuvens entristeceram-se
E enegreceram o rubro escarlate no alto poente
Na noite cálida d’alma, silvo soou
Ao limite do nigérrimo; paz e morte.
Assim que a contracapa deveras gritou
Ouviu-se o silêncio assaz precioso
Entre meias madeixas doridas – soube a ida
A odisséia e o modismo agonizado.
O pato a jazer sob a frondosa ostentou
Indócil a vida por trás do ensejo – pejo e cicuta
Se, uma hora deleitavam-se com mesmices
Um ósculo ofuscado à penumbra se deu.
Trar-lhe-á a paz, o distante porvir
Por entre rusgas e coisinhas de verão
E haverá de sorver o caramelo incolor
A morrer de amor toda vez que o pato voar.