Mortuu Stare

E eis o clarão que cega,

E o estampido curto que rompe,

E precede o mais íntimo impacto...

Surreal, o cálcio se parte em líquido,

E se reparte a matéria aos vermes,

Abjetos implacáveis que se fartem!

Os galhos chorosos que se derramam

Dançam macabros ao sopro do vento...

Vento sarcástico a sibilar ao tímpano moribundo.

A espuma tinta que desliza viscosa

Percorre a fronte, invade as entranhas

E inunda os alvéolos; sufoca o grito...

Ora enlouquece o zunido que me toma,

Feito o porre dos verdes anos.

No porre, a horizontal castiga,

Revira os fluidos tragados na euforia,

Tempera-os na bílis da melancolia.

Bom sofrimento, boa causa; tudo passa...

Ora passo eu... tudo cinza, disforme, fenecendo...

A consciência já se vai...

Já se foi........................................!

Éder de Araújo
Enviado por Éder de Araújo em 20/08/2006
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T221147
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