Corriqueira
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Parte I e II
Mergulho nos meus dias de caos numa mesmice matinal. Absorvendo goles de insignificância na distância pérfida, do momento que me assola, da tristeza sem medida. Num canto, distante dos eleitos, recebo migalhas de pão azedo. Cospem na minha caneca de barro; nada é como antes.... Sento-me num banco de palha, não é na rua, mas não há qualquer segurança, é de fácil passagem e eu sempre estou de maquiagem. Na estrada vil do meu viver, rogo aos céus proteção. Vai se indo o alvorecer, aurora do meu ser. É cair da noite tenho que ir. Pego meu casaco preto, ponho minhas botas de chuva e corro para minha nave espacial. Tenho que partir! Na chegada, sou assaltada esquina de minha ignorância, mesmo não sendo criança, tenho presa de aprender. Difícil é alcançar o saber, mas, necessário, se um dia eu quiser molhar meu pedaço de pão no vinho amargo. Em desconexo voo, sigo meu destino. Sobre papel picado, dicionário rasgado, livro queimado... Prossigo! Ruminando feito animal de cercado, penso, penso, penso,... Presa no tempo, sem demora, chega minha hora de assumir a vida ligeira cheia de tédio e verdadeira.