OS VERSOS HÃO E OS POETAS SEMPRE ESTARÃO VIVOS

Antes que os poetas hajam frios nas tépidas frases

Mesmo que a chaga replicante e encarnada se avizinhe

Inda que as sombras montem varais às tuas solidões

Mesmo que falsos os plurais, que hajam muitos

Para que sorria a vida, para que sorria a vida.

Logo que a brisa olvide das Malváceas que o verão açoitou

Logo, antes que a lua convulsione o duro do amor

Antes que seja preciso a precisa intervenção da dor

Mesmo que haja pílulas a dourar o holocausto

Inda que tenhamos, descalços, tais falsos poetas e escravos do verso.

Mesmo que a aliança com as prímulas murchem com o tempo

Inda as maleitas, inda os ouvidos delicados e, sobretudo, imbricados

Mesmo que se perca a real idéia de sorver a essência

Logo, logo... imploro que seja em breve!

Antes que chorem as lontras pelo peixe ferido.

Antes que o mundo se inunde

Mesmo que forcem a paz e o aprendizado

Inda sim, haverá assaz rancor a colher na manhã de Sábado

Mesmo que a solicitude destempere a tampa amolgada e vazia

Logo que se incite, de vez, a vida a viver.

Para que o Outubro dance Chopin

Para que as liras enternecidas e rasinhas, leiam-se

Para que a casa e o catre escondido no tempo voltem a sustentar a alma ressequida de glória

Inda que existam as malícias, haverá, sempre, o verso

Mesmo que seja tarde, haverá um pôr do sol a vislumbrar... e a poetizar!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 26/04/2010
Reeditado em 20/01/2011
Código do texto: T2220245
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