O Amor e a Paixão

A Paixão, como se espera, de novo se apaixonou

Como sempre, sem razão

Mas desta vez, pelo Amor

Desembestada, atrevida, precipitada, aturdida...

Lançou-se por sobre ele

Como quem nunca provara

Como fosse a vez primeira

E a última que se apaixonara

O Amor, como de praxe, deixou-se gostar, enfim

Pois é sua natureza ter sentimentos assim

Mas o ritmo rápido que exigiu dele a Paixão

Com suas nuances mais quentes e frenética intenção

Fez o casal de repente revisar a relação

Ela consultou amigos: a Vontade, o Entusiasmo, a Decisão...

Ele contou com a Ternura, o Companheirismo a Atenção

E juntaram argumentos que cimentasse a união

Que abrisse mão dos desejos que não tinham comunhão

Mas era muito difícil conviver com tal cisão

E a paixão chegou mais rápido àquilo que se sabia

Que o Amor é muito lento e que melhor companhia

Seria sempre o alento de contar com a freguesia

Perdeu-se entre os que buscam semelhanças e empatias

Esquecendo tal e qual começou a fantasia

O Amor, por sua vez, foi cumprir o seu destino

Carregar consigo a herança de emoções de um desatino

Amando aquela criança como se fosse um menino

Sabendo que o romance que cálido ele aceitou

Iria marcar pra sempre o seu peito com uma dor

Que só muito lentamente, parece que cessaria

Que somente outra chance que o tempo lhe daria

Para por numa estante o que ainda passaria

Quem sabe é sempre esse o fim de tais relações

Que sucumbe às diferenças não importando a emoção

Sem que ninguém tenha culpa

De como essas coisas são