Talagarça
***

Era manhã de segunda, e eu lhe escrevi num marcador de livro que ganhei na livraria, um bilhete de amor rebuscado manchado com as lágrimas que caíram enquanto escrevia.
Eram versos inocentes de certo inconsequentes, te juro mandei! Tua mão de meia idade, logo recebeu  e com sorriso esquisito jeito mal dito perguntou, isto é seu? _sim, isto é meu!  
Tu com carinha de malícia fingindo nada entender, e eu meio desorientada voei sem asas, num infinito angustiado sem nexo no espaço que construí para te ter.
Deixa logo de besteira assume, não é vida alheia algo nova esta no ar, é minha boca que te beija e meus braços te desejam num só olhar... Vem aproxima do meu mundo me dá uma chance bem querer!
Que te prometo flores do campo e perfume ao amanhecer. Na tarde ligeira, café com biscoitos da minha vovó, regado com carícias de tudo te juro é só! Na madrugada de lua, escura ou nua nada tem haver, te abraçarei de verdade esquentarei teus braços com longos afagos... Quê vontade de te ter!
Numa chama sempre intensa vamos nos afogar, e eu Anjo querido terei sempre o teu olhar... Diga sim, e ao meu lado te relembro como era ser pueril, e depois em valsa profana serei cativa eternamente no teu mundo de prazer!
O meu mundo será esquecido se o teu me sobrepuser e de tristeza e gemidos eu nunca mais recordar, esquecer que fui solitária e vive amargurada sem nunca ter teu olhar.

Bianka Luz
Enviado por Bianka Luz em 02/05/2010
Reeditado em 02/05/2010
Código do texto: T2232708
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.