Simplicidade.

Simplicidade.

(Delasnieve Daspet)

É domingo.

Lá na fazenda o som do sino

chama para o café.

No capelinha - do morro da Teima -

os devotos depositam sua fé!

Um sol dourado - de profunda paz,

e um suave vento sul

encrespa a superfície do Rio Tereré!

No interior da morada -

uma familia unida -

senta-se à mesa para o desejum -

um cão ao lado,

um rádio ligado,

Nasce um poema.

Não importa o que ocorra

-na cidade ou no mundo -

Naquele chão a vida pára!

Existe felicidade na simplicidade...

Para onde foi tudo isso?

Como deixei escapar

os doces momentos vividos?

Tudo perdido nesta planura imensa -

e fiquei só - como o buriti,

num eterno anseio circundada

de plácidas visões!

Os sonhos que tive outrora,

perderam-se na distância!

Eu não quisera morrer,

deixando as mágoas em minh'alma!

Sou pantaneira, sou filha das florestas

virgens do meu Estado.

Longe da cidade, nesta rude habitaçao,

sinto leve o coração!

Não há mais tempo para errar,

carrego nos olhos a noite e o dia,

sinto n'alma um anseio louco que

exprime em versos os meus segredos.

Preciso voltar.

## 13 de janeiro de 2.000

Campo Grande MS

Delasnieve Daspet
Enviado por Delasnieve Daspet em 26/08/2006
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