A prosa...

Salivas que escorrem pela boca não são palavras... São foices... São o vento gelado que corrompe o discurso de quem diz amar...
As voltas de um canto... Disparate ocasional...
Imagino os dias... Escolhidos e segmentados pelo brilho dos olhos atentos a cada gesto... Imagino como seria de fato cada ato.
O mundo é um grande teatro...
Andei pelas ruas, hoje... O vento anda aflito... O coração em partida... Mas, ainda acredito em frases feitas...
Amar... Crescer ...Caminhar... Ter direção, mesmo que do avesso...
Guardei os vestidos no armário... Quem sabe algum dia eles saiam de lá novamente...
Farrapos... Assim são as faces que vestimos por um tempo...
Não se diferenciam muito dos passos.
A hora do SIM é a hora do NÃO... Só falta explicarem-me quando preciso dessa disposição.
Seresteei a noite... Falaste aos meus ouvidos... És aquilo que disseste de fato...
Fatiados os pães... Somos o que resta da borda...
Imaginei as costuras de mim... Imaginei qual etiqueta eu colocaria presa ao pescoço...
Pensei em seda... Quem sabe a pele... Melhor construção.
O vento forte anuncia o que os olhos cerram... Que seja lançado ao acaso... Cansaço.
E falava da prosa... Resta o recorte que vou guardar...



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