Carta do último suspiro

... Pela janela eu via a noite adentrando meu quarto com um esplendor mortuário. Fagulhas de uma sensação indescritível queimavam em meu peito - sensação de dor, perda e solidão.

No meu quarto, nada se mexia; na noite, apenas sons se ouvia; Dentro de mim, nada permanecia.

E lá estava eu deitada, nua e morta como a mais triste das rosas e pálida como a lua que insistia em contemplar o meu último suspiro. Meu assassino foi-se embora e, como um último e tenebroso adeus, deixou sobre meus lençóis ensanguentados apenas um bilhete que dizia:

"Triste beleza que se eternizou

Em teus olhos frios meu amor ficou

Lembranças daqueles tempos

Que você nunca me amou."

...E assim minha vida acabou.