Aos Ouvintes deste Ébrio

Beleza supérflua

Reles e mascada

Sofisticação da alma

Relógios de ponto nas pernas das moças

Sobejando o que temos

Pífias angústias

Nem nos privamos da catacrese

Imunda e viril ao dobrar do obcônico

Tenha pouco de extrema ladainha

Um fórceps a marchar, dengoso

Meu medo é o temor que doto

O alvo e escuro copo de vidro

O indo e o vindo que nos faz palrar

Faz-nos entediar com funestos dardos

Com pontas a lanceolar precoces

Frutas de época nos solidificam

Abrem-nos encantos

A nos despencar dentro do abismo.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 29/08/2006
Código do texto: T228258
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