DE VOLTA AO COMANDO (Cont. Águas Profundas)

O sono foi regenerador, e durante meu descanso, o céu continuou azul, o mar tranquilo, as gaivotas permaneciam em seu balé me fazendo lembrar Fernão Capelo Gaivota, a brisa ainda estava lá. Eu adormeci, mas o mundo continuou sua trajetória da mesma forma...isso me fez pensar no quanto achamos que somos fundamentais para que a engrenagem do mundo funcione. Não somos! Se cada pessoa se preocupasse em cuidar bem, muito bem e com carinho e respeito o seu pequeno mundo, o resto seria consequência, transformando o planeta em uma sucessão de pequenos mundos bem estruturados e felizes, o que já faria o planeta feliz.

E me dei conta que meu pequeno mundo estava à deriva ainda...a maré não devolveu meu leme...mas acordei com a certeza de que posso contar com a melhor tripulação que uma embarcação pode ter: minha vontade, minha força, minha fé...e Deus!

Mergulhei nas águas claras ao meu redor, onde podia ver a refração dos raios de sol, e por alguns instantes fiquei hipnotizada com tanta beleza, mas não podia perder o foco: encontrar o leme. E minha certeza era tão grande, que em pouco tempo eu o ví, repousando nos corais de águas não tão profundas.

Peguei-o com cuidado tentando não danificá-lo e emergi sentindo meu coração vibrando de alegria.

Recoloquei o leme em seu lugar, olhei para horizonte e ví que a tempestade havia se diluído em pequenas e inofensivas nuvens cinzas. Segurei o leme com a determinação de quem sabe como navegar em mares diversos, avistei meu rumo e segui ganhando o mundo.