PAGAR PROMESSA

Eis que à Terra desce

Pra salvar os filhos seus

Dispersos entre a poeira

Entre escorpiões e cavernas

Em meio às bestas

Bárbaras e impiedosas

Faz um menino

Um cavalo e um jarro

Com o mesmo ânimo e o barro

Que se pinta

E cobre seu escarro

Vitalino só moldou

Não soprou nas narinas

Nem lhe criou uma menina

Tomou a argila e enrolou

O seu rosto com um manto

Devoto do padre

A quem chamou de santo

A hóstia tinta de sangue

Da beata e o sertanejo

Pra todos é um espanto

Óh! É do pão consagrado

Ah! É da guerrilha, do levante

Ali se fabrica a fome

Que alimenta a tantos.