No Contrapé da Tenção

Acho-me nas sarnas esvaentes

Onde lesos caminham de coleira

Receio de ser lido pelo avesso

Raro inferno, belo começo.

Aqui, ralas mansões

Casebres sem tinta nas paredes

O sol nem mancha a pesada tez

Dez da manhã e o gás letal.

Poucas rasuras, mundo e luxúria

Meus ternos escarlates latem

Desentoca o filho da anêmona

Num estojo com cerejas maduras.

Tentam as velas de acaso

Não são negras o suficiente

Possuem vaso de hortênsias

Velame cosido com veias.

Almoço pedras e cereais

Dispostos a irem ao espeto

Não janto, nem ceio

Meus meios justificam tudo.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 04/09/2006
Código do texto: T232567
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