No Contrapé da Tenção
Acho-me nas sarnas esvaentes
Onde lesos caminham de coleira
Receio de ser lido pelo avesso
Raro inferno, belo começo.
Aqui, ralas mansões
Casebres sem tinta nas paredes
O sol nem mancha a pesada tez
Dez da manhã e o gás letal.
Poucas rasuras, mundo e luxúria
Meus ternos escarlates latem
Desentoca o filho da anêmona
Num estojo com cerejas maduras.
Tentam as velas de acaso
Não são negras o suficiente
Possuem vaso de hortênsias
Velame cosido com veias.
Almoço pedras e cereais
Dispostos a irem ao espeto
Não janto, nem ceio
Meus meios justificam tudo.