In memorian

Quando o conheci minha vida transformou-se numa roda-viva. O sol brilhava com mais intensidade, não importava a hora, havia até sol à meia-noite. Nossos dias eram de total felicidade. O tempo parecia pouco pra tudo que queríamos fazer e dizer um ao outro...

A lua chegava mansa e cobria com seus raios prateados nossos corpos jogados sob os lençóis. Rolávamos entre abraços e amassos vivendo o mais lindo êxtase. Quando amanhecia bastávamos cerrar as cortinas para que a lua voltasse a lançar sua magia sobre nós...

O universo se tornou pequeno para abrigar nosso amor. Vivíamos a plenitude do amor total!

Mas o mundo cruel, com inveja daquele sentimento lindo, resolveu intervir com sua navalha, e, num átimo, tirou a nossa felicidade...

Quando ouvi o som da campainha da porta principal de nossa casa, meu coração pressentiu que algo ruim havia acontecido, e, a passos lentos, segui até abri-la, para atrasar aquele terrível momento, e, pelo rosto do policial, vi ruir o nosso paraíso.

Não existia volta...

Veio o funeral. Os amigos saindo, e eu ficando só.

Era o adeus final!

O momento de poder dizer a você, ali, sob a terra, o quanto ainda te amava, do sofrimento que o destino me infringia, dilacerando a minha carne, e, principalmente, da raiva que estava sentindo por você ter me deixado assim... Sem os seus beijos, seus carinhos, sem o seu amor. Naquele momento, não tinha consciência do meu egoísmo.

Hoje, depois de tanto tempo, talvez uma eternidade, ainda sinto a sua presença em todas as coisas que um dia tocou. Por mais que eu queira trocar os móveis, a decoração, até quem sabe, sair do país, nada mudaria. Nunca poderia esquecer o que vivemos.

As verdadeiras lembranças e a sua memória pra sempre ficarão marcadas em mim.

Não importa se algum dia voltarei a amar outra pessoa...

A verdade é que sempre saberei que você foi alguém muito importante em minha vida.

bette vittorino
Enviado por bette vittorino em 04/09/2006
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