O Rumo das Letras

O vurmo úmido espia o caos palhaço

Mais soletra que estanca a cor

Raspando beiradas, infames se encolhem

E continuam a segredar.

Parece âmago esguio e barulhento

Pois é marmota velejando no mar

Falsos cognatos beijam negros pés

Dos montes, das mesas.

Silabada de fluido depena a codorna

Indocilmente, crava a tal faca no peito

E vem a catacrese no aguardo do mundo

Pessoas são totais mendigas das palavras.

No romper do fio, janta a marmelada

Risadas coradas invadem o palco

De besteiras, papéis se fartam, aos montes

Há pesar na contramão da pena.

De antemão, ciciam fonemas puríssimos

A contar pros outros, fúfias histórias

O antônimo da acepção delirante

O piar do mudo a se chocar contra o chão.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 05/09/2006
Código do texto: T233330
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