MAREIRO

Na praia, não havia escudo

A força do vento vencia

O mar cada vez mais perto

Ondas gigantes em túnel

A areia no ar desenhava

paisagem à Monet e Renoir

Os grãos minúsculos

fustigavam a pele, ferindo-a

Longe estava a varanda, o abrigo

Cada vez mais distantes,

a casinha amarela, a visão da seringueira

Vultos de braços acenando

De repente, a mão estendida

Agarrei neste barco, a vida

Raio de sol teima em penetrar

as nuvens fechadas

Depois, só os sinais da ressaca

30/06/2009