SONO INSANO.

Não sei quem sou/estou.

Não sei aonde vou/se vou/volto ou

permaneço.

Aonde?

Descreio ou acredito?

Não conheço minha alma,

em farelos espalhados nos (re)cantos

do meu ser.

Não alcanço meus sonhos,o sono

é insone/insano e o incansável: cansou.

O inatingível de mim se esmigalhou e

nem sei ao certo o que jazia em mim guardado.

Aguardando?

O silêncio é ensurdecedor e o assombro dos

gritos emudecidos parecem cantigas de ninar.

Acalanto.

A vida (ir)reflexiva,(ir)refletida, qual estrelas

nas ondas do mar;brinca, rola, flutua e se deixa

desaparecer lenta e pontualmente, á cada amanhecer.

Adormece.

Sol e lua no mesmo e inalcansável firmamento.

Céu noturno celeirode astros cintilantes sob

o clarão intenso da lua recém parida do horizonte.

Areia/espuma/brisa/bruma/ maresia...mistura que se

separasem jamais se deixar.

O vento faz ciranda ao redor do riso/siso/lágrima.

As lágrimas fecundam as ranhuras do coração que

insolente/debalde, luta pela certeza da dúvida que gera

a morte em vida de um grande amor.

O sonho é insone e o sono insano tirano, que traz em

si uma aura mística de esperança doce que se esvai ao

acordar.

Márcia Barcelos.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 28/06/2010
Reeditado em 07/06/2016
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