[Elogio casca de banana do ar ao chão]

I

Ingênuos estão sempre a tecer comentários ...aaah! os rostos nos espelhos:

É complicado ser um anjo torto... tanto quanto complicado ser um anjo manso...
O inesperado é legível.

Se deve ser amaro tal qual o quinino? Claro que sim, assim como se deve rir quando se tem vontade e chorar pelo leite derramado.

Na fala da ingenuidade adocicada: o previsível demais na tola parvoíce – falo com os botões que quiserem me escutar - da rasgação de seda à lona, os tombos são os mesmos, o ser humano é único e tão semelhante que quase não se percebe.

Duvida do reflexo invertido no espelho? Nada arranha, os que vivem arreganhando os dentes.
A galera a torcida é o resto? Mas o que seria da ópera sem a platéia.

Onde a auto confiança anda tão “bem” trabalhada? Nas mãos daqueles que são  capazes de ferir meio mundo?
...Nem todos são capazes de classificar a raiva sem a introdução de palavrões cabeludos, porém gente educada está em outro nível; e pode muito bem saber a cor do inferno sem ter precisado repassar por ele.

Estas linhas contem gotas do sabor do túmulo, sendo que afirmo que é mais fácil um ateu cair direto no paraíso do que algum temente a Deus. Deus não é para se temer, por que constroem um Pai austero demais?

Precisam de um super ego frente a frente. Pode algum ateu ter enviado todas as virgens Marias para os lugares mais indecentes, beijando frente a frente a mão de cada uma delas?

Fernando Pessoa martelava ...que “o poeta é um fingidor” e alguns leitores também?! O ódio e a indiferença são excepcionalmente admiráveis, provocam tanto quanto o amor.

Quem seria o insano na Terra, que ousaria riscar a imagem de uma figura forte de sucesso?

Não se preocupe, quando algo dentro de nós morre o sentimento em branco é igual para todos. Quando um adversário morre fica o vazio, quando o amigo morre fica o vazio, quando o que nos é indiferente morre fica um ponto de interrogação no ar... no vazio.
Entre a pobreza de espírito há os que sorriem? A pobreza de espírito é triste, não consola é mais fria que dezenas de cubos de gelo. O pobre de espírito é cínico? Não, é burro porque ele não se julga pobre de espírito. O pobre de espírito não tem noção da sua deselegância.... por que será que estou elucubrando sobre algumas verdades será que não compreendo por que as pessoas acusam e julgam com dedo em riste os trabalhos alheios se não podem organizar a si mesmas?

Ninguém tem o poder de derrubar linhas que já foram escritas, porque o poder é dado há quem escreve suas próprias linhas. Quem se vê derrubado escreveu “sua trama” e somente ele poderia reverter suas próprias idéias... está para nascer quem ingenuamente desafiaria comentários crí-ti-cos “perfeitos” a quem já passou por cima de todos possíveis adversários, sem desqualificá-los.

É melhor mudar a prosa.

II

Antes o puro que na mais pura Inocência não dá muros em ponta de faca, na simplicidade acredita em quase tudo o que lê... (eu disse puro, não simplório) falo daquele que crê naquilo que os outros escrevem e pratica linhas de bondade e se arrepia com monstruosidades fora das frases e fecha o olfato, os olhos e os ouvidos para a podridão... sorri ingenuamente das perversidades, coça a cabeça e crê que os feios poderão se tornar belos... como nos contos de faz de conta.

Quem são os feios? Às vezes o bonito se olhar de perto não é tão bonito. O sensual não passa de um blefe... e o rústico pode ser belo. “Bizarro” é o bonito que consegue estar entre os melhores amantes na face da Terra (fora da cama e da fantasia, sem saber) porque não estão preocupados com o sujo olhar da malícia (este outro... ingênuo não se estressa se deixa levar pelas correntes... conquista o ar enquanto o outro está mais para a casca... o balão).

Nesta pesca de predicados quem tem pérolas reais e quem tem sangue plebeu?

O nível do aroma não está nas flores mas no que transforma o demodê dos espinhos... noutras sementes.

Com os patrocinadores egoístas, nada se pode esperar... somente o que importa é em contar o número de confetes ao seu redor... que anjos são estes?!

O espírito do criativo nunca fica a ver navios, ele é do Bem e se protege com Arte.

Rosangela_Aliberti
Atibaia, 18 de junho de 2010

(Galeria de Ana Clara P)

Rosangela Aliberti
Enviado por Rosangela Aliberti em 28/06/2010
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