Etílico

Na leira que mastiga o chiclete

Torpe lêndea a se desmanchar em avalanche

Quando na faringe o malte transita

Ei, amigo!

Tenho disciplina pra lhe dar tortura

De aspecto moribundo

Em águas quiçá juncadas e depauperadas

Sou demente ingênuo de leite em fervura

Minha levedura tem jantar de velas

Outros cancros, assaz lisos me são

Rio das silabadas da vida

Nos deslizes que impõe a noite

Chegando a lua, partindo a cara imberbe

Olha!

Sou tenaz em sopa de pão

Sou loquaz em terno de irmão

Sou dia

Sou bigode

Sou desesperança

Não sou vingança.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/09/2006
Reeditado em 11/09/2006
Código do texto: T234913
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.