Inverno em Mim*
Aguardo-te aqui, num cais onde o céu é de nuvens d’água e o mar um turbilhão de azuis.
Espero-te e não desconheço-me.
Ergo pontes entre o que não me compõe e as quimeras róseas dos teus espirituais adereços.
Neste espaço de luzes boreais, num atar de fios prateados,
talvez a Rainha Lua complacente descortine-me o paraíso pretendido,
e as minhas luas súditas ainda gravitem ao teu redor, carinhosamente.
Rendo-me nesta espera, numa unção de doces lágrimas,
e na vertigem chorosa tateio-te ainda nos resquícios da tua palavra,
guardadas no meu recato, nos bolsos da minha aljava.
Seguras-me ainda nos teus braços, no calor da escrita
e nos dedos alonga-se o amor que te tenho.
Nos cômodos do meu corpo tuas roupas ainda estão espalhadas,
teus cheiros nos nossos espelhos,
teus beijos em versos sem segredos.
Guardo-te nas visões adormecidas nos meus cílios.
Nossas correrias de braços dados nas margens dos rios,
as mordidas nas frutas vermelhas,
as aventuras atrás de nuvens de algodão,
os arroubos dos corpos versados na poesia sem contenção.
E o redemoinho do teu olhar, o riscado alvo do teu riso frouxo
e desimpedido ainda permanecem tal promessa de brisas primaveris
e sorvetes de baunilha nas varandas, em conversas sem fim...
Aguardo-te e cuido-te, inverno em mim.
Karinna*
Aguardo-te aqui, num cais onde o céu é de nuvens d’água e o mar um turbilhão de azuis.
Espero-te e não desconheço-me.
Ergo pontes entre o que não me compõe e as quimeras róseas dos teus espirituais adereços.
Neste espaço de luzes boreais, num atar de fios prateados,
talvez a Rainha Lua complacente descortine-me o paraíso pretendido,
e as minhas luas súditas ainda gravitem ao teu redor, carinhosamente.
Rendo-me nesta espera, numa unção de doces lágrimas,
e na vertigem chorosa tateio-te ainda nos resquícios da tua palavra,
guardadas no meu recato, nos bolsos da minha aljava.
Seguras-me ainda nos teus braços, no calor da escrita
e nos dedos alonga-se o amor que te tenho.
Nos cômodos do meu corpo tuas roupas ainda estão espalhadas,
teus cheiros nos nossos espelhos,
teus beijos em versos sem segredos.
Guardo-te nas visões adormecidas nos meus cílios.
Nossas correrias de braços dados nas margens dos rios,
as mordidas nas frutas vermelhas,
as aventuras atrás de nuvens de algodão,
os arroubos dos corpos versados na poesia sem contenção.
E o redemoinho do teu olhar, o riscado alvo do teu riso frouxo
e desimpedido ainda permanecem tal promessa de brisas primaveris
e sorvetes de baunilha nas varandas, em conversas sem fim...
Aguardo-te e cuido-te, inverno em mim.
Karinna*