Transitório é o SER
A vida é irônica quando nos mostra vários caminhos
como se tudo fosse apenas uma questão de escolha...
Belas (e duras) cascas de chocolate com sorvete de creme por dentro
É isso o que somos! Prontos para derreter e destruir o trabalho esculpido em mãos de artista.
Fadados ao fracasso diário diante do tempo
Esse tempo, tão inevitável e "relativo", esse tempo...
Monstros presos em gaiolas feitas de papel, príncipes e princesas esperando o cavalo branco, aquele com asas, alados, que jamais sairão dos livros infantis.
A amargura não está em minhas linhas, mas na doçura inútil com que construímos nossos castelos de areia: vemos que a onda vem, mas o prazer de idealizar a obra não se abala diante da inevitável tragédia! E somos esses seres... transitórios, dúbios, contraditórios...
Não te conheço e, talvez, seja melhor assim. Talvez eu não goste de como você me interpreta... talvez eu queira ainda ser a imagem que fazes de mim...
Estúpida dúvida! Como se as certezas fossem certezas, como se as escolhas fossem escolhas, como se antes do amanhecer eu (ou você) pudesse entender...
E nessa busca desintegram-se os seres e as almas. E sem resposta, continuamos, dia após dia... o cotidiano do trânsito débil das palavras, o estranhamento infeliz de nossas estradas.
Caminhos fascistas que se arrastam pelas manhãs,
livros poéticos
medos tranquilos
côsmica luz sendo seguida
e nada...
nada...
Mas somos, pertencemos, aguardamos
olhando horizontes perdidos e normas ordinárias
Salvação?
Não em outro
Mas em si
Em SER.