RASCUNHO

Todo verso que escrevo

É um rabisco tortuoso

É o rascunho do mundo

Que se defronta comigo

As várias nuances se formam

Disformes e sem estética

A cada alvorada surgem

Com os arrebóis desvanecem

São névoas crepusculares

Que com o sol esmaecem

Voltam com outro semblante

E aquilo que escrevi

Não reconheço jamais

Estilhaços de uma vida

Sem estilo ou modelo

Acorrem direto ao caos.