MINHA ALMA PEDE *



A melancolia que arrasto comigo, se é saudade eu acho fria,
Frágil voz o desacerto da tristeza também não é melodia.
Nenhuma resposta vem sem alguma pergunta,
Minha presença não te culpa se a agonia é mais arguta.
A completude dos meus versos se vê em vias compridas,
Quando vejo o dia passar rápido as horas lentas meio perdidas,
Falar sozinho é de doer.
Portanto, é preciso correr de qualquer maldição
E passar rápido por cima de crise e tensão com toda atenção.
Pedir socorro com palavras de comiseração é uma apelação sem sentido,
Faz teu amor sem amaldiçoar as palavras, pois não há amor real dolorido,
Há quem não vê amor e o amor é um fator equilibrador.

Mesmo que não consintas,
Não mintas para teu amor para ultrapassar o embate da dor.
Serenidade eu a devo à minha idade,
Aonde vou encontrando fios de cada verdade.
A serenidade que me cobre na noite fria,
Faz-me atravessar a madrugada e o dia nublado da cidade.
Perdi o jogo e ganhei a força da vontade de vencer,
Abrirei meus braços e mesmo que o tempo passe
A poesia não se perderá de meu ser.

Nego a palavra castigo,
Ela que deite na alcova vagabunda e durma em mísera mortalha,
Na cabeça de quem pensa seja somente uma falha.
Minha confiança se cura no balsamo do silêncio, pois nada retrocede.
Ainda daremos as mãos mesmo que o tempo passe sobre nossas cabeças,
Isso minha alma pede.
 
SSABA 10/7/2010

 
*Inspirado em
FRAGMENTOS E CISMARES 21 [EM CORAÇÃO FERIDO, UM MAR DE MÁS PALAVRAS...] de Kathleen Lessa
Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 25/07/2010
Reeditado em 25/07/2010
Código do texto: T2397875
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